Nos últimos 12 meses, Americana perdeu em queimadas uma área verde equivalente a 22,3 alqueires, números de um levantamento do Americana Post com a Secretaria de Meio Ambiente de Americana (SMA). São 541.500 metros quadrados somando áreas de terrenos de até 500 metros quadrados, 1000 metros quadrados e acima de 20.000 metros quadrados.
Para se ter uma ideia, todo o parque da Gruta Dainese, espaço de densa vegetação, tem cerca de 480 mil metros quadrados, um dos símbolos ambientais da cidade. Imagine toda esta região devastada pelo fogo de uma só vez. Essa é a realidade que vive Americana.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente (SMA), o município possui 14,3 milhões de metros quadrados destinados ao planejamento ambiental, distribuídos em dez setores.
As áreas consideradas de Preservação Permanente somam pelo menos 20 lugares, sendo eles:
•Córrego da Gruta
•Córrego do Parque das Nações
•Córrego Pyles,
•Córrego Nilson Ville
•Nascente do Parque Ecológico
•Ribeirão Quilombo
•Córrego Santa Angélica
•Córrego Bertini, Córrego Barroca
•Rio Piracicaba – margem esquerda
•Rio Jaguari – margem direita
•Rio Atibaia
•Córrego Olho d’água
•Córrego Rivieira
•Córrego Residencial Tancredi
•Córrego do Vale das Nogueiras
•Córrego do Parque Hércules Giordano
•Córrego do Distrito
•Pré e Pós Represa.
Todas essas áreas juntas somam aproximadamente 10 milhões de metros quadrados.
Nos últimos dias, Americana tem sofrido com número de queimadas. O Grupo de Proteção Ambiental da Guarda Municipal, por exemplo, passou de 27 atendimentos em agosto do ano passado, para 49 no mesmo mês, neste ano. Ainda neste ano, a GAMA tem utilizado o drone, recém adquirido, para colaborar com a Secretaria de Meio Ambiente para ver, por meio da câmera térmica, focos de incêndio não observados pelos agentes, corpo de bombeiros e defesa civil.
“A gente precisa continuar com nosso trabalho e maior trabalho de fiscalização para coibir isso. Nosso plano de recuperação também já está em prática. Nesse levantamento dos ótimos 12 meses temos os terrenos e áreas de mais de 20 mil metros. As vezes uma prática de limpeza, errada, pode sair de controle”, disse o secretário de meio ambiente, Fabio Renato.
A combinação de seca prolongada, geadas recentes e altas temperaturas tem facilitado a combustão da vegetação. Mas além dos fatores climáticos, a ação humana tem sido determinante: práticas como o ateamento de fogo para limpeza de terrenos e o descarte irregular de materiais, como vidro e metal, intensificam o risco de incêndios e configuram crime ambiental.
Crime que em Americana tem multa de R$965,35 reais por foco de incêndio.
“Os prejuízos vão além da paisagem. A saúde de crianças e idosos é diretamente afetada, a biodiversidade sofre perdas irreversíveis — da fauna e flora à microbiologia do solo, responsável por manter a fertilidade com besouros, minhocas e matéria orgânica. O impacto se estende também à poluição atmosférica e hídrica, já que a água da chuva escoa mais rápido para os córregos, provocando assoreamento e alterando a qualidade da água”, comentou Fábio Renato.
A recomposição ambiental das áreas atingidas é responsabilidade dos proprietários. Ainda assim, o poder público estuda medidas de reflorestamento em locais como Jaguari e Bertine, com espécies aprovadas e densidade adequada. Empresas com projetos de expansão e loteamento também devem assumir compromissos ambientais.
O desafio agora é garantir que tragédias como a perda de uma “Gruta Dainese inteira” em apenas um ano não se repitam, preservando o patrimônio natural de Americana para as próximas gerações.
