Americana enfrentou nesta semana um marco histórico no clima. A cidade registrou a menor umidade relativa do ar (URA) já verificada, chegando a apenas 7,7% ontem, quinta-feira,dia 11 de setembro de 2025. O índice supera todos os registros anteriores e coloca o município em estado de atenção máxima quanto aos riscos à saúde e ao meio ambiente.
O último dado alarmante foi em novembro de 2021 com 9,54%. O coordenador da Defesa Civil de Americana, João Mileta, destacou a gravidade da situação. “Olha eu já estou indo pro quinto ano lá na Defesa Civil, não tinha umidade desse jeito não. Muito baixa, está muito forte, entendeu”, afirmou.
O cenário também se refletiu em outras regiões do estado. Em Campinas, a estação meteorológica do Cepagri/Unicamp registrou 8,5% de URA, por volta das 15h30 de ontem, considerado o menor valor desde pelo menos 2021. O meteorologista Bruno Bainy, do Cepagri/Unicamp, explicou que o fenômeno está ligado à chegada de uma massa de ar extremamente seco.
“Tivemos a entrada de uma massa de ar extremamente seco no meio da semana, que fez com que os índices de URA caíssem drasticamente em todo o estado — ficaram em torno ou abaixo de 10% em praticamente todas as regiões nos últimos dois dias. Além disso, as altas temperaturas contribuíram para umidades mais baixas, já que a umidade relativa depende da concentração de vapor de água e da temperatura”, explicou Bainy.
Ele acrescenta que, embora as queimadas não influenciem diretamente na queda da umidade relativa, o contrário é verdadeiro. A baixa URA favorece o estabelecimento e propagação do fogo, além de potencializar problemas de saúde.
“A umidade baixa ocasiona desconforto e alguns problemas respiratórios e dermatológicos, bem como ressecamento de mucosas, o que também favorece infecções por vírus. Causa desidratação e tudo isso é potencializado com o aumento da poluição gerada pelas queimadas”, ressaltou o meteorologista.
Com índices tão baixos, especialistas alertam para cuidados redobrados: manter hidratação constante, evitar exercícios físicos em horários de calor intenso e utilizar umidificadores ou recipientes com água em ambientes fechados.