Longe das polêmicas, a produção gera renda extra para artesãs; Vanessa atua na área desde 2016.
Nos últimos dias, as redes sociais foram inundadas por imagens de bonecas no estilo bebê reborn. Distante dessa polêmica, há quem encontre na arte reborn uma fonte legítima de renda e, em Americana (SP), uma escola especializada na confecção dessas bonecas tem atraído alunos.
Vanessa Melo, de 48 anos, é artesã desde 2016. Ela começou criando bonecas com os brinquedos da filha, de forma amadora, como um hobby. Com o tempo, se apaixonou pelo processo e decidiu se dedicar profissionalmente à arte reborn.
“Comecei a brincar com as bonecas da minha filha, eram gostosas de carregar. Usei uma tinta qualquer, o resultado ficou bonito e postei no Facebook. As pessoas começaram a sugerir que eu vendesse”, relembra.
Atualmente, Vanessa não produz mais as bonecas. Ela optou por criar um curso on-line e vender os materiais necessários para a produção. Segundo ela, sua loja é a única da região a oferecer esse tipo de serviço. “Vendemos o kit-aula, e com as aulas disponibilizadas no YouTube, o aluno aprende a confeccionar sua própria boneca”, explica.
Depois que a artesã conseguiu simular o peso, o tom de pele e os olhos de um bebê real, passou a incluir no kit um “certificado de nascimento”, com fichas coloridas que tornam a experiência ainda mais especial.
Vanessa destaca que a arte reborn, assim como outras formas de artesanato — como biscuit ou a fabricação de bonecas — proporciona a possibilidade de brincar, independentemente da idade. “As peças chegam cruas, como em outras artes. Não concordo com o que foi divulgado nas redes. A arte reborn é, acima de tudo, um artesanato: pintamos, montamos e criamos uma boneca. E brincar de boneca é algo que acompanha muitas pessoas por toda a vida”, defende
O curso em números:
– 10 a 12 alunos por mês
– Em 2024 foram 162 novos alunos
– Em 2025 foram 75 novos alunos, sendo 25 apenas maio
“Com toda essa polêmica recente, a procura pelos nossos cursos e kits aumentou cerca de 30%. Há desde curiosos até pessoas realmente interessadas em aprender a técnica”, afirma.
As alunas comentam:
Josemery da Silva, de 38 anos, moradora de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, foi aluna de Vanessa e hoje trabalha com a produção de bebês reborn. “Minha jornada nesse mundo encantador começou de forma muito especial — tudo começou com o desejo de criar algo único e cheio de amor para a minha filha. Assim conheci a arte reborn, uma forma delicada e apaixonante de transformar bonecas em verdadeiros bebês realistas”, conta.
Inês Rosseto, de 60 anos, é de Mineiros do Tietê (SP). Também participou das aulas e já produziu mais de 200 bonecas hiper-realistas. “Comecei na arte reborn em 2019. Sempre gostei de bonecas, mas quando era criança só tinha bonecas de milho. Hoje vendo bastante, especialmente para pessoas que presenteiam mães com Alzheimer, mães que presenteiam filhas em aniversários, e para colecionadores”, relata.
Durante a entrevista, ela também comentou sobre a emoção de ver cada aluna finalizando sua primeira boneca. “A emoção de conseguir fazer é muito gratificante. Para muitas, é uma verdadeira terapia”, conclui.
Conheça mais sobre a produção de bebês reborn no site: vanessamelocriacoes.com.br
